Gerar riqueza é uma tarefa árdua, fruto de muito trabalho e dedicação ao longo de décadas de administração responsável e planejada.
O problema é que, como um castelo de cartas, enquanto a dificuldade de construir é imensa, destruir todo esse patrimônio acumulado é uma tarefa bem simples, e bastam algumas decisões erradas para o legado de uma vida ou, às vezes, até de gerações, ser desperdiçado.
O fato é, atualmente apenas 10% a 12% das empresas familiares do mundo sobrevivem até terceira geração da família, ou seja, 90% das famílias não conseguem perpetuar sua empresa de forma que esta sobreviva por diferentes gerações.
O que prejudica a Perpetuação Patrimonial?
Diversos fatores prejudicam ou dificultam a perpetuação patrimonial, sendo o principal deles a ausência de comunicação e confiança na unidade familiar, seguida por problemas fiscais ou jurídicos e por último a incapacidade de herdeiros que foram mal preparados.
Esses três motivos são ponto comum de pequenas até grandes fortunas, e certamente, todos já ouvimos histórias de brigas vorazes entre herdeiros, ou sobre pessoas arruinando heranças vultosas em pouquíssimo tempo para acabarem sem nada.
Isso ocorre porque a herança, por si só, não garante a boa qualidade de vida dos herdeiros ou a perpetuidade do patrimônio, sendo certo que conversas sobre sucessão ou a divisão de uma herança ainda são um tabu para muitas famílias.
Como resolver esses problemas?
A solução para esses problemas existe e ela passa pelo devido planejamento visando a perpetuação patrimonial através da implementação de mecanismos jurídicos, financeiros e organizacionais, que preservem a continuidade do patrimônio para diversas e futuras gerações.
E para que um eficaz plano de perpetuação patrimonial seja desenvolvido, é necessário entender diversos aspectos da família, dos seus negócios, seus membros, bem como a governança empresarial e familiar.
Por exemplo, ao preparar a transição patrimonial para os herdeiros, o planejador deve saber qual o nível de capacitação deles para administrar a herança, qual o estado civil de cada um, a qualidade da relação entre os cônjuges e o regime de bens no casamento ou união estável de cada um.
Todos esses fatores, sem prejuízo de outras questões de suma importância, influenciam no melhor modelo para a perpetuação patrimonial da família, sendo ideal que o planejamento já esteja implementado quando do acontecimento de situações adversas que possam afetar os bens da família. Quanto antes é planejada a perpetuação patrimonial, menores são as possibilidades de fatores surpresas ou problemas futuros.
O papel do planejador da perpetuação patrimonial
Com todo o perfil da família e do patrimônio mapeados, o planejamento da perpetuação patrimonial pode ser iniciado, com a definição das melhores medidas em relação ao patrimônio e composição familiar, de modo que problemas externos sejam previamente neutralizados.
Dentre os benefícios da adequada perpetuação patrimonial podemos encontrar a redução no número de litígios familiares, economia com tributos, feita através da análise dos melhores caminhos tributários para a transmissão de patrimônio de acordo com as necessidades da família e legislação em vigor, a prevenção do bloqueio indevido do patrimônio pessoal de executivos ou sócios de empresas por questões jurídicas empresariais, dentre outros benefícios.
Além disso, dependendo do perfil da família, a criação de Offshores, Trusts ou Holdings podem ser aplicadas, garantindo a devido utilização do patrimônio, sem prejuízo da segurança deste.
Finalmente, com toda certeza, podemos afirmar que nenhum modelo de perpetuação patrimonial será igual para diferentes famílias ou até mesmo para diferentes ramos familiares de um mesmo grupo familiar.
Por isso, procurar profissionais qualificados para a definição do melhor modelo de perpetuação patrimonial para cada grupo familiar é um ato de valorizar seus bens e os membros da família que darão continuidade ao legado familiar deixado, garantindo de forma antecipada e planejada uma sucessão tranquila e eficaz.